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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Segurança Passiva e Segurança Ativa


Segurança Passiva e Segurança Ativa

Este texto foi produzido devido a relevância de acidentes e incidentes que foram publicados nas redes sociais essa semana.

Ao longo dos anos vejo que a indústria do voo desportivo caminha sempre ampliando a segurança dos seus produtos e materiais. 
Investindo e desenvolvendo mecanismo para assegurar o usuário ao máximo. 

Comprovando seus produtos em órgãos homologadores, mostrando que a segurança faz parte fundamental no desenvolvimento e execução de cada projeto.

Todas estas ações criadas pela indústria na criação do produto para assegurar o usuário eu chamo de segurança passiva.
A segurança passiva é imputada nos produtos na sua criação, ela pode ser identificada como: qualidades, mecanismos ou formas de utilização do produto, que eliminam o risco do seu uso. Isso seria suficiente.

Acreditando que segurança nunca é demais, a própria comunidade vem junto com seus membros e associações fazendo um trabalho complementar. Em encontros, palestra ou em relatos em redes sociais. Sempre imputando em grande maioria a necessidade de aumentar a segurança.

Vejo que se fala muito em segurança, mas será que estamos falando de segurança na sua forma correta?
Toda vez que escuto alguém falar sobre acidente ou incidente, o fato na sua grande maioria está ligando ao quesito segurança passiva (falha na utilização) ou foi uma fatalidade.
Como eu observo isso:
Ex.: Um piloto que tem pouco tempo de voo se machuca voando.
As perguntas feitas seguem a seguinte forma:
As que tangem a segurança passiva.
Qual o equipamento? Como estava o equipamento? O equipamento era compatível com o piloto?
As que tange “fatalidade”.
A condição climática para o local de voo era favorável?
O piloto estava fazendo manobra ou algo que não tinha plena capacidade?

Estas são as principais perguntas que geram as discussões e tentam ajudar na prevenção e solução do problema.

Vejo que faltam perguntas a serem feitas, buscando o outro ponto da segurança, pontos que não são colocamos em discussão.

Meu questionamento seria:

O que o piloto tem feito para a sua segurança?
Ele investe na sua qualificação?
Onde e como foi sua formação?
Ele está evoluindo com qualidade respeitando seus limites?
Sua capacitação teórica é confirmada através de exercícios práticos?
Como é a sua frequência e qualidade dos voos? Sempre tem imprevistos?

Vou chamar isso de segurança ativa.
A busca por qualificação vai além dos vídeos do YouTube, aliás os vídeos vem cheios de armadilhas, porém é a forma mais rápida de veicular a informação e visualizar que acidentes e incidentes acontecem.

O questionamento passa para outro ponto agora. Será que estamos aprendendo certo? Será que tentar aumentar a segurança passiva não está atrapalhando na qualidade da nossa segurança ativa.
Os 3 casos que me levaram a escrever o texto são simples de resolver.
Foram falhas de procedimentos de formação básica ou seja fazendo parte da segurança ativa e não passiva.

Caso do mosquetão aberto.
Deixar de conectar um mosquetão é erro de base no procedimento de montagem no equipamento. Faltou ao piloto na sua segurança ativa fazer o checklist na hora de decolar. (Lembrando que o mosquetão deformou daquela forma por que o piloto estava sendo rebocado). Os mosquetões de aço como aquele tem a tendência a deformidade antes do ponto de ruptura.
Jogar o reserva naquele momento não seria a solução. O pouso com o reserva muitas vezes é mais complicado e pode causar mais transtorno ou até uma lesão.
Uma pergunta: quantos pilotos sabem realmente como é a utilização do seu reserva? Será que fazer uma ação que não temos conhecimento seria mais viável que uma que estamos acostumados a fazer? O procedimento de pouso do piloto foi correto tanto é que o mesmo não teve nenhum problema e o incidente saiu bem devido a calma e ação do mesmo.

Disparo do motor com ferimentos no piloto.

Já foi falado que ligar o motor no chão é um grande risco.
Principalmente quando o mesmo apresenta problemas na sua partida.
O paramotor é um esporte novo mas também tem o seu checklist de acionamento e por mais que alguns gostem de dizer que não existe problemas em ligar o motor no chão este acidente é a amostra de que não se deve fazer.
O motor quando não tiver ligando de maneira fácil precisa de manutenção ou ser ligado de forma segura onde o piloto e as pessoas ao redor não sejam vitimas de um comportamento que leve a um acidente.
Ligar o motor nas costas poderia ter poupado o piloto de ter se machucado. Outra foma seria ter ligado o motor em um local protegido de um possível disparo na aceleração.

Queda e morte de piloto desconectado.

Como no caso do mosquetão o checklist de decolagem não foi feito. Infelizmente nem sempre o piloto está preparado fisicamente ou tem o conhecimento da técnica de retorno na selete. E ainda existem seletes que não são possíveis fazer esse retorno, como uma selete de voo duplo.
Enfim, depois de um longo texto confirmo uma frase que aprendi no curso da APPI neste último encontro em Saquarema. O VOO É SEGURO DE ACORDO COMO VOCÊ É SEGURO. Não depende do equipamento, depende de você! 

Busque qualificação.

Maurício Galvão Braga Jr

Curso de Capacitação e Segurança
Curso de Pilotagem Ativa
SIV
Adaptação ao paramotor
Capacitação Voo duplo
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